Ele já foi amigo, depois foi amor. Ele já foi tudo, depois foi nada. Foi muito bom, e também muito mau. Sem meios termos, foi meu exagero. Como de ruim já basta a ausência dele, eu guardo o que foi bom. Foi o primeiro beijo mais estranho em uma manhã de filme. Logo depois ele foi minhas noites de insônia com friozinho na barriga. Ele foi segredo para os amigos, mas depois eu quis andar de mãos dadas para que todos o vissem. Foi um mês de espera, e oração. Foi minha ansiedade em dizer um “sim” em uma noite luminosa antes do teatro. Depois foi minha vontade que ele fosse o último. Ele foi minhas orações de todos os dias como gratidão, como sabedoria, e como força. Foi paz nos meus dias de inquietação, e alguém pra compartilhar as alegrias. Ele foi deposito de toda minha confiança, e também respeito. Foi borboletas no estômago quando o fim de tarde prometia trazer ele junto. E depois foi lagrima que ele não soube, talvez agora saiba, quando despedia. Foi vontade de passar a tarde vendo um filme comendo todas as porcarias do mundo. Foi almoço de domingo em família. Foi cosquinhas em uma disputa por uma bolinha. Foi meus suspiros pelos cantos da casa, e também foi canção. Foi sonho de um futuro a dois. Ele foi o colo que eu procurava, e o abraço que desejava. Foi declarações não ditas, e sensações trancadas. Ele foi risadas não forçadas, foi companheirismo, e carinho também. Foi pedido de proteção nas minhas orações, e ainda é. Foi aprendizado, foi insistência, e decepção também. Foi meu querer ficar, meu querer lutar, meu querer ajudar, e meu querer fugir. Foi minhas lagrimas por um “nunca mais”, e por um laço rompido também. Foi loucura, e é loucura. Foi todas as formas de saudade que se pode sentir. Foi ciúme, medo, e a melhor risada também. Ele foi provocação, e depois recaída. Foi meu sempre, mas não foi meu para sempre. Foi o choro mais alto que tive perto de um homem. Foi o adeus que verdadeiramente eu nunca falei. Ele foi o lado bom, agora é lembrança. Foi o “eu te amo” não dito, entalado. Foi inspiração, e a incerteza ao dizer que já morreu aqui dentro. Foi também demora no esquecimento, se é que isso pode ser dito com tanta certeza. Mas eu guardei, ainda guardo. E te lembro hoje, em especial, se achar que deve me guardar, guarda aí também. Por que foi mil e uma coisas aqui dentro, agora é paz. Foi bom, e é guardado. Foi tudo, e agora é um sorriso por saber que tem andado bem. Ele foi amor, mas enfim, agora é só mais um amigo.
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